A dermatofilose — também conhecida como rain rot ou rain scald — é uma infecção bacteriana da pele dos cavalos, causada pelo Dermatophilus congolensis.
Comum em regiões de clima quente e úmido, como grande parte do Brasil, essa condição cutânea causa crostas, desconforto e queda de pelos, e pode se tornar recorrente se tratada de forma incorreta.

Mais do que um problema estético, a dermatofilose indica desequilíbrio da barreira cutânea e requer um manejo cuidadoso, que respeite a fisiologia da pele do cavalo.


O que causa a dermatofilose

O Dermatophilus congolensis é uma bactéria gram-positiva que vive naturalmente na pele e no ambiente.
Ela permanece inativa até encontrar condições favoráveis: umidade, calor e microlesões.

Quando essas condições se combinam, o microrganismo penetra nas camadas superficiais da pele e forma crostas espessas e tufos de pelos colados — o quadro clássico do “rain rot”.

Fatores comuns no clima tropical do Brasil

  • Chuvas e alta umidade relativa do ar, que mantêm a pele constantemente molhada.

  • Banhos mal dados ou mal secos e pouca ventilação em baias ou cocheiras.

  • Capas e mantas sujas e abafadas, que criam microclimas úmidos sob o pelo.

  • Picadas de insetos e pequenas feridas que rompem a proteção natural da pele.

  • Uso de produtos irritantes (como clorexidina, iodo, sabões domésticos, desinfetantes), que alteram o pH e destroem o microbioma cutâneo.

Esses fatores explicam por que a dermatofilose é mais frequente durante as estações chuvosas e em cavalos com manejo deficiente ou em umidade por longos períodos.


Como reconhecer a dermatofilose

Os sinais clínicos variam conforme o estágio da infecção, mas incluem:

  • Crostas aderidas e doloridas, que ao se soltarem arrancam tufos inteiros de pelo.

  • Pele úmida, avermelhada e sensível logo abaixo das crostas.

  • Aspecto embaraçado e opaco da pelagem.

  • Desconforto ao toque e à escovação.

  • Em casos mais graves, odor característico e secreção.

As lesões aparecem com frequência nas costas, garupa, pescoço e espáduas, mas podem afetar qualquer região exposta à umidade.

O diagnóstico pode ser confirmado pelo veterinário por meio de exame microscópico das crostas — onde é possível visualizar a bactéria com seu padrão típico em “trilhos de trem”.


O que não fazer: os erros mais comuns no tratamento

Muitos tutores, ao perceberem lesões de pele, recorrem a antissépticos agressivos ou misturas caseiras — uma prática que agrava o problema.

Substâncias como clorexidina, iodo, álcool, alvejantes, sabões domésticos ou desinfetantes são citotóxicas: elas danificam as células saudáveis da pele, prolongam a inflamação e favorecem recidivas constantes.

Esses produtos alteram o pH fisiológico e destroem o microbioma protetor, criando uma pele vulnerável a novas infecções.

A recuperação da pele do cavalo exige ciência, não improviso. O foco deve ser restaurar o equilíbrio e a função natural da barreira cutânea.


Manejo correto com base em dermocosmética funcional

A EQUI’B desenvolveu soluções inspiradas na dermocosmética humana, formuladas do zero para a pele e a pelagem equina — livres de álcool, solventes e fragrâncias agressivas.
O tratamento ideal envolve três etapas complementares:

1. Limpeza funcional e suave

O objetivo é remover crostas, suor e resíduos sem irritar a pele.
O Shampoo EQUI´B All Soft Coconut utiliza surfactantes suaves combinados a ativos vegetais de ação antimicrobiana natural, como óleos de coco, aveia e camomila, além de hidratantes e umectantes fisiológicos.

A limpeza correta reduz a carga bacteriana sem agredir as células epiteliais — o oposto dos antissépticos e desinfetantes.


2. Reparo cutâneo e controle da inflamação

Após a limpeza, a pele precisa ser regenerada e protegida.
O Óleo Dermo Cascos da EQUI´B é uma solução técnica multifuncional com ação anti-inflamatória, antibacteriana e cicatrizante, capaz de devolver conforto, hidratação e equilíbrio microbiológico à pele.

Formulada com manteigas e óleos amazônicos de origem ética — murumuru, andiroba e copaíba —, ela atua em múltiplos mecanismos: combate microrganismos, acalma a inflamação e acelera a recuperação da pele sem interromper sua renovação natural.

É a diferença entre apenas “ressecar feridas” e curar a pele de verdade.


3. Prevenção e manutenção contínua

Depois da melhora clínica, a prevenção é essencial para evitar recidivas.
Inclua na rotina:

  • Escovação diária com escovas limpas e de cerdas adequadas.

  • Ambiente seco, ventilado e higienizado.

  • Lavagem com shampoo e secagem completa após banhos ou chuva.

  • Uso de produtos dermocosméticos regulares, que mantêm o equilíbrio cutâneo e a resistência natural da pele.

Cavalos que mantêm uma rotina de grooming saudável raramente voltam a desenvolver lesões de dermatofilose.


Quando chamar o veterinário

Casos extensos, dolorosos ou com secreção devem ser avaliados por um médico-veterinário.
Ele poderá confirmar o diagnóstico, descartar outras causas (como dermatofitose ou habronemose cutânea) e indicar tratamentos sistêmicos, se necessários.

Mesmo em casos leves, a avaliação profissional é recomendada para ajustar o manejo e evitar o uso indevido de produtos inadequados.


Conclusão

No clima tropical do Brasil, calor e umidade são desafios constantes para a saúde cutânea dos cavalos. A dermatofilose é um exemplo claro de como o cuidado externo é parte da saúde integral do animal.

Mais do que eliminar a bactéria, é preciso restaurar a função da pele e prevenir novas infecções, com ciência, responsabilidade e respeito à biologia equina.

 

A EQUI’B acredita que cuidar é compreender — e que cada rotina de limpeza, escovação e observação é também um ato de conexão e bem-estar entre cavalo e tutora.