As dermatites de quartela, conhecidas popularmente como mal da lama ou mud fever, são inflamações da pele que afetam a região logo acima dos cascos dos cavalos.
Em países tropicais como o Brasil — com calor, umidade e pisos frequentemente molhados — essas lesões são muito comuns e podem evoluir rapidamente se não forem tratadas com conhecimento e cuidado.
Mais do que um problema estético, a dermatite de quartela é um sinal de desequilíbrio cutâneo e exige atenção, pois pode causar dor, claudicação e infecções profundas se o manejo for inadequado.
O que causa a dermatite de quartela
A pele da quartela atua como uma barreira protetora contra umidade, atrito e microrganismos.
Quando essa barreira é rompida — por lama, suor acumulado, uso prolongado de proteções, ou limpeza insuficiente — ela perde sua integridade, abrindo espaço para bactérias, fungos e inflamações.
Fatores frequentes no clima tropical brasileiro
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Umidade constante (chuvas, pisos encharcados, sujeira e suor que não seca).
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Uso prolongado de cloches, boots e proteções que mantêm calor e umidade, causando microtraumas e irritação.
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Terapias de gelo e botas de resfriamento: excelentes para tendões e articulações, mas deixam a pele úmida se não forem seguidas de higienização e secagem completa.
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“Meia ducha” — jogar água sem usar shampoo — não remove suor, sais e resíduos, que continuam irritando a pele.
- Uso de produtos inadequados para a derme do cavalo, causando alergias, ressecamentos e lacerações.
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Falta de secagem adequada após o banho ou chuva.
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Camas úmidas e baias mal ventiladas.
Com o tempo, a pele macerada e lesionada favorece a penetração de bactérias como Staphylococcus aureus ou Dermatophilus congolensis, resultando em lesões doloridas e recorrentes.
Como identificar
Os primeiros sinais incluem:
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pele avermelhada e sensível;
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crostas aderidas e doloridas;
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fissuras ou pequenas rachaduras;
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secreção amarelada ou com odor;
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desconforto ao toque e, em casos avançados, claudicação.
Sem tratamento adequado, o quadro pode evoluir para piodermite profunda, celulite ou linfangite, exigindo intervenção veterinária e maior tempo de recuperação.
O erro comum: tentar “secar” com produtos agressivos
É muito comum o uso de iodo, clorexidina, água sanitária, álcool, sabão de limpeza ou saneantes domésticos.
Essas substâncias provocam citotoxicidade — elas danificam as células vivas da pele (queratinócitos e fibroblastos), que são justamente as responsáveis pela regeneração do tecido.
Resultado:
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a cicatrização é retardada;
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a pele fica mais sensível e propensa a novas infecções;
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as recidivas se tornam frequentes.
Além disso, arrancar crostas ou escaras — hábito antigo e muito comum — também é prejudicial.
Essas estruturas fazem parte do processo natural de cura e sua remoção forçada reabre feridas e prolonga a inflamação.
Em dermatites de quartela, o manejo eficaz não é “secar para resolver”, e sim limpar, equilibrar e restaurar a função natural da pele.
Manejo correto com base em dermocosmética funcional
A EQUI’B desenvolveu soluções de cuidado inspiradas na dermocosmética humana, adaptadas à pele equina, com foco em eficácia, segurança e bem-estar.
A abordagem correta une higiene fisiológica, controle de umidade e restauração cutânea — sem antissépticos agressivos nem saneantes.
1. Limpeza funcional e completa
Após treinos, banhos ou dias chuvosos, higienize com os [Shampoos e Limpadores EQUI’B], formulados com surfactantes suaves e ativos de limpeza profunda.
Eles removem suor, sais e resíduos que a água sozinha não elimina, preservando o pH e o microbioma natural da pele.
Finalize aplicando o [Spray Higienizador Fresh Feet], que reduz a carga microbiana e mantém o equilíbrio cutâneo sem agredir o tecido.
2. Controle de umidade e prevenção de atrito
Evite deixar proteções, cloches e campanas por longos períodos — especialmente se o membro estiver úmido.
Após usar botas de gelo ou terapias de resfriamento, seque bem a pele e reaplique o Fresh Feet para garantir higienização e proteção.
Durante a recuperação, não remova crostas: elas são parte da defesa natural do organismo.
3. Ambiente e rotina diária
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Mantenha cama seca e ventilada.
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Lave e seque bem os equipamentos e proteções.
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Faça escovação diária com escovas limpas e suaves.
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Observe a quartela todos os dias: agir cedo evita agravamentos.
Quando chamar o veterinário
Procure o veterinário se houver:
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dor, calor ou inchaço no membro;
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secreção purulenta ou odor forte;
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crostas espessas ou lesões que não cicatrizam em poucos dias;
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sinais de claudicação.
O profissional poderá identificar se há infecção bacteriana, fúngica ou parasitária associada e indicar o tratamento complementar adequado.
